17.8.15

Paris de la France #2


Texto "Paris de la France #1", aqui


Chegados a Paris, depois de largar as malas no apartamento, esfomeados, seguimos em busca de um local para almoçar. Arriscámos mesmo na rua onde ficava a nossa casa, num restaurante israelita. Era bom, mas nada de memorável. Pedi um hummus na esperança de voltar a sentir nas papilas o melhor hummus que comi na vida, no Dubai, mas não era a mesma coisa. Ainda assim não ficou no prato.





Com a tarde pela frente, seguimos para Île de la Cité, uma ilha no rio Sena, ligada por várias pontes que se podem atravessar a pé e que curiosamente marca o coração de Paris: foi aqui que tudo começou, foi a partir desta ilha que a cidade de Paris começou a crescer. 

Vale a pena ir até à estação de Metro Pont Neuf e daí ir a pé até à ilha, atravessando a Pont Neuf. também chamada de "ponte nova" e que é a ponte mais antiga da cidade. De "nova" já não tem nada, a construção foi concluída em 1607. Existem ainda outras quatro pontes à escolha, a meio e nas pontas da ilha. 

Chegados a Île de la Cité, é lá que se encontra a Catedral de Notre Dame e a Conciergerie, entre outros edifícios emblemáticos, um passeio bem simpático que ainda leva umas horas. 



À Conciergerie, 1301-15, não faltarão histórias para contar: foi residência real, mais tarde uma parte do edifício foi convertido em prisão e foi lugar de terror durante a revolução francesa, onde muitos foram torturados. Geralmente, os torturados saiam dali apenas para ver a guilhotina. Numa visita à Conciergerie podem ver-se as cozinhas medievais, as salas de armas com maravilhosos arcos, a cela onde esteve presa a Maria Antonieta e histórias de outros prisioneiros. 

Infelizmente não visitei o espaço, passeei apenas do lado de fora do edifício, fica para uma próxima vez, mas os interessados podem consultar aqui e aqui mais informação.




Chegando à Notre Dame, não faltam noivos! Há tanta gente que vai casar a Paris, fiquei impressionada. E também há muita gente, muitos turistas como seria de esperar, pelo que as fotos de casamento devem ficar uma bodega com camones à vista, de sandalete e meia branca. Claramente, para os asiáticos casar em Paris deve ser a última coca-cola do deserto. Milhares de noivos a enxotar pombos, histórias de amor que vale a pena desacelerar o passo para observar, mas em termos de modelitos não esperem muito, regra geral, é tudo do mais parolo que há. Tirei esta foto, achei-a uma noiva linda e tinha um vestido fabuloso (era a única), embora não se perceba pela foto. Nota curiosa para este dia, estavam 42ºC, eu não sei como aquelas noivas não caíam para o lado.









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Chegados à Catedral de Notre Dame, contem com filas e mais filas. Do tipo que dão a volta à praça para entrar, ou a volta ao edifício para subir às torres (diz que são 387 degraus). Acredito que tenha uma fabulosa vista de Paris, mas vistas já vi muitas, não fiz questão de subir, mas entrei, a fila andava rápido. Lá dentro, é de facto fabuloso e tem uns vitrais espantosos. A primeira pedra desta obra foi colocada em 1163 e só 171 anos depois foi dada como construída. Depois disso, foi quase destruída pela revolução, estava em tão mau estado que chegou a ser vendida a um negociante de velharias, mas acabou por não ser demolida. Um homem, de nome Victor Hugo (vão encontrar pela cidade praças e ruas com este nome), lançou uma campanha determinado a restaurar a Notre Dame, o que conseguiu, mas foi um restauro que levou 23 anos a fazer. Mais informação sobre a Notre Dame, aqui.

Junto à Catedral há ruas cheias de lojas de recuerdos, cafés, tudo lindo, com os ares mais parisienses, mas com um grande senão: o roubo, senhores! Aquilo é mesmo feito para turistas endinheirados. Para comprar uma garrafita de água, daquelas de 50cl que enchem um copo e meio, contem com uma despesa de 2,70€. Estavam 42ºC, mas eu recusei-me. E na verdade não é preciso nada disso. 

Ao lado, na Rue Saint Louis en L'Ile, mesmo em frente à ponte que liga a Île de la Cité à Île Saint Louis, existe um supermercado onde se compram garrafas de água de 1,5 litros a menos de 1€, fica a dica.



Gelados Berthillon
Rue Saint Louis en L'Ile, 29-34, 75004 Paris

Ao atravessar a ponte para a Île Saint Louis, é impossível não reparar na arquitectura, nos prédios com varandas e janelas tão bonitas. alguns com toldos, outros com flores, um regalo para os olhos. Aliás, isto acontece ao longo de toda a viagem.

Nessa mesma rua, absolutamente a não perder, estão os gelados mais famosos de Paris, a gelataria Berthillon, nascida em 1954. Quem me acompanhava não discutiu que eram bons, mas não acharam de cair para o lado. Já eu, de paladar exquisite, delirei. Eu já tinha saído de Lisboa com esta gelataria na cabeça, pois a Berthillon tem um sabor muito difícil de encontrar: gianguja! Ai, o que me custa pensar nisto! Gianduja é a mais perfeita combinação cremosa entre chocolate e avelãs. Este sabor pode ser encontrado na gelataria da Av. de Roma em Lisboa, mas vem com passas.

Chegados à Berthillon eu já sabia o que queria, mas desgraça das desgraças, não havia gianduja. Havia gianduja com raspas de laranja. Não hesitei e ainda bem que o fiz. Que sabor explosivo, recomendo vivamente! E pronto, agora só volto a saborear tal coisa num regresso a Paris.

Os preços são normais, os gelados com duas bolas custavam cerca de 4€.


(continua)

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