30.11.11

Universal's Island of Adventure , Orlando

Antes de sair para Orlando, deu-se um pequeno stress: discórdia matrimonial. Eu, a mula, ando meses a organizar a viagem, vou perguntando se o homem quer assim ou assado, pergunto se está interessado em mais alguma coisa além das minhas propostas (nunca está), não pesquisa informação nenhuma e olha de lado para o monitor quando lhe mostro ideias, acompanhado de um ahã. Eu, piquena organizada, quando ponho os pés no aeroporto já tenho um esquema daquilo que vai ser feito em cada dia, quilómetros a percorrer, locais de dormida, horários nos casos em que é preciso e por aí fora. Se é para conhecer um sítio novo, não há tempo a perder.

Até que na véspera de ir para Orlando, um amigo do Poisoned Apple Man (PAM) decide enviar um SMS a dizer: vai mas é à Universal's Island of Adventure, que é mesmo giro! E à Disney! Mas na Disney é que não punha mesmo os pés. Lamento, não tenho paciência.

Tudo estragado. Já me vomitaram nos mapas e esquemas. O homem decidiu que queria ir ao parque, sendo que já íamos a outro parque no dia seguinte, em Tampa, e eu, claro, como gaja que sou fiquei logo amuada, pois perdia-se o dia em Orlando antes imaginado. Após algumas horas de trombas, lá cedi para irmos ao CARÍSSIMO parque da Universal, onde entrámos logo pela manhã, e onde cometi a loucura de deixar toda a bagagem e documentos no carro e partir rumo à diversão.

Existem vários parques de estacionamento, estacionámos no mais caro de todos que é também o mais perto da entrada (ou dizem eles, que ali é sempre a andar). Estacionar custou 15$, mas a nós o que nos interessava eram aqueles tipos seguranças que percorriam os parques de estacionamento de um lado para o outro nas segways. No fim do dia, a minha roupinha estava no mesmo sítio.

Então, a Universal's Island of Adventure tem um site aqui que pode ver aqui. Na verdade, a Universal tem dois parques, um ao lado do outro, sendo que o que não fomos se chama Universal's Studios Florida. Enquanto que o primeiro é mais dedicado à fantasia, à banda desenhada e a alguns filmes, o segundo é um parque mais behind the scenes of Hollywood. Olhando para um e para o outro, para as diversões que tinham, optámos pela Island of Adventure que parecia ter mais para fazer do que para ver.

Não fui num dia verdadeiramente concorrido, não era época alta, não era fim-de-semana e mesmo assim tinha gente. Recomendo vivamente a quem vai que compre os bilhetes na internet. Vá, demorei uns 20 minutos para comprar bilhete, não é o fim do mundo, mas começa a dar-me no nervo. Entrámos cedo, entre as 11h e as 12h, creio, e para este parque pagámos por dois bilhetes a módica quantia de 182$ (91$/cada). Existe ainda uma outra modalidade de comprar o bilhete para ver os dois parques, pagando 128,40$/pessoa se for no mesmo dia (coisa que não vale a pena porque não se consegue, é impossível, até pela hora de encerramento dos parques) ou, mais barato, pagando 124$ para os dois parques, um por dia, em dias seguidos, o que obriga a ficar em Orlando pelo menos dois dias seguidos dentro de parques.

Eu só pensava espero que esta merda seja mesmo genial. Uma mulher contrariada num parque de diversões a tentar usufruir daquilo com desconfiança, é obra. Depois, lá me passou, assim que entrei e vi a montanha russa do Hulk, verde. Tenho pena que a trombinha não me tivesse passado mais cedo, mas ainda não tinha lido o livro que estou a ler e que me ensinou de forma muito simples a relativizar as coisas e deixar de me enervar , perguntando-me a mim mesma: isto vai ter importância daqui a um ano? Não teve e não teria, assunto arrumado. Foi um dia giro, adorei o parque e voltava, daqui a uns anos.

Ao olhar para o Hulk, aquilo não era para meninos, via-se logo. A fila era mínima. Tive de convencer o PAM, senhor sensibilidades a ir comigo no bicho e ele lá arriscou, cheio de coragem. Malas e mochilas, naturalmente não podiam seguir connosco se íamos andar de pernas para o ar. Mas se visitar este parque, não desespere, está disponível uma tecnologia que não esperava num parque de diversões: cacifos que abrem e fecham com registo da impressão digital. Moderníssimo. São grátis durante 30 minutos, o que num dia com pouca gente é suficiente para ir para a fila, dar a voltinha e regressar, mas num dia apinhado, começam a pagar-se valores que não lembro (3$/hora?). Foi o dia todo a abrir e fechar cacifos que resultaram sempre grátis.

De volta ao Hulk, lá estava ela, uma montanha-russa possante, verde, verde, inconfundível. Já fiz muitas montanhas russas na vida, adoro, mas esta tinha uma particularidade que nunca tinha experimentado. Geralmente, naquelas subidas que levam a uma grande descida e depois, provavelmente a um looping, essas subidas são lentas, o que vai estimulando a adrenalina. Vão-se ouvindo os carris, tic-tic-tic-tic, lentamente, ficamos cheios de nervos, ouvem-se os ai que não devia ter vindo! e os quero saiiiir! No caso do Hulk, uma vez que a carruagem sai, faz uma curva que vai dar a uma subida, dentro de um túnel. Apenas se vê o brilho da luz do dia lá ao fundo, não sabemos o que nos aguarda uma vez findo o túnel mas, pensava eu, que a subida ia ser igual a todas.

Enganei-me. Logo no túnel as carruagens saem disparadas com uma força anormal, ao som de um alarme, levando-nos para fora do túnel e projectando-nos no ar, a metros de altura, logo de cabeça para baixo, desgovernados e com vista para o parque e para Orlando. É todo um conjunto de forças G inacreditável. Adorei! Mas veja você mesmo o vídeo filmado por um qualquer visitante:



E ao sair do Hulk, eu, qual criança, gritava para o PAM, outra vez! Outra vez! Mas o meu homem não me deu opção, comigo não voltava, mas podia voltar sozinha, afirmou enquanto arrotava restos do pequeno-almoço. Menino. Voltei uma segunda vez.

A não perder neste parque está a aventura dos rápidos eu que não sou fã de água, rapidamente cedi à vontade do PAM. O vídeo não tem muita graça para quem não fez, parece até uma coisa muito levezinha, mas os rápidos são uma agitação, está sempre a entrar água dentro do barco, estive sempre a encolher-me a ver se não me molhava, escondia-me atrás do PAM, que ia à frente como um homem, a fazer de escudo, para no fim descer numa cascata e sair de lá como quem mergulha numa piscina. Eu dou a minha palavra, as cuecas estavam prontas a ser espremidas. Aproveitámos a molha para fazer o barquinho do Jurassic Park, que tem menos rápidos, mas tem tiranossauros. Mais uma vez, roupa pronta a ser espremidinha e quase perdi a cabeça com uma trinca de tiranossauro.

Quando cheguei à área do Harry Potter (essa sim lotada), eu que sou fã dos filmes embora sem nunca ter lido um livro, senti-me uma criança. Está tudo tão, mas tão bem feito naquela que me faltavam as palavras e restava-me olhar à volta, de queixo caído. Se me dissessem que as cenas dos filmes tinham sido ali filmadas, não me surpreendia. A escola, ou castelo, como lhe quiserem chamar, é absolutamente gigantesca, perfeita, igual. Hogwarts é tal e qual, as lojas, as montras, as varinhas mágicas, a estação, o comboio, aquilo não acaba e é uma cópia a papel químico. Ora dê aqui um olho.

Quando se entra dentro da escola, há vários corredores a percorrer até chegarmos à carruagem. Nesses corredores, fico novamente e ainda mais sem palavras. As figuras nos quadros que parecem ser pintados à óleo falam e discutem umas com as outras, o pé alto da estrutura é enorme e há pormenores até ao tecto, o que me levou a estar sempre a olhar para cima. O escritório do Dumbledore é igual, aquelas escadas, aquela parte redonda, cada estante e frasquinho com poções mágicas e, surpreenda-se, ele estava lá! Há um holograma do feiticeiro que vai relatando um problema que surgiu. Nisto, surgem também em holograma os três feiticeiros mais novos: o Harry Potter, a Hermione e o Ron, prontos a dar uma solução. Eram tão reais! E assim vamos atrás deles, que nos pedem ajuda na missão. Atravessamos a sala de jantar a correr, cheia de velas penduradas no ar, tal e qual como nos filmes, sem que se perceba como, e chegamos a um tapete rolante para nos sentarmos numa carruagem que dava para quatro pessoas. Ao meu lado, depois de almoçarmos hamburguers, batatas fritas e outras porcarias, o PAM achou que ia correr mal.

Nesta viagem não há loopings nem nada no exterior. Seguimos o caminho pendurados na carruagem-cadeira por vários túneis, tudo escuro e decorado, passamos por aranhas gigantes, dragões que cospem fogo, sentimos o calor, levamos com água, até que vamos dar a um painel gigante com imagens 4D. E é aqui que temos a sensação de nos montarmos numa vassoura e de voarmos atrás dos feiticeiros, entre árvores, fazendo razias a lagos, penhascos, a uma velocidade lancinante, até por cima dos espectadores no estádio daquele jogo da bola dourada voadora que não lembro o nome. Na verdade, não há voo, apenas a cadeira se vai mexendo, mas entre o movimento e aquilo que nos mostra o ecrã, que ocupa toda a nossa visão, a mensagem enviada ao cérebro é a de que estamos mesmo montados numa vassoura e que voamos (e fizemos uma experiência semelhante, mas do Spider Man). Gritei mais neste voo desgovernado que noutras montanhas russas. Existe este vídeo que não é nenhum espanto, mas dá para ver qualquer coisa.

Ultrapassado o desafio e gratos que estavam o Harry, a Hermione e o Ron pela ajuda, o PAM, a querer deitar alguma carne picada para fora disse que não alinhava em mais nenhum brinquedo. E o resto do dia tive de fazer várias montanhas russas sozinha, passeámos e fizemos juntos outras coisas mais light (para bebés recém-nascidos, diria).

Quando acabámos de ver tudo eram 17h, o parque fechava às 18h (nesta altura do ano). Deu para ver tudo, saímos contentes, absolutamente esgotados e fomos carregar baterias para o Starbucks estrategicamente colocado à saída do parque, sentar um bocadinho ao sabor do meu frapuccino mocha cheio de cream e ele ao sabor de mais um smoothie.

Em suma, vale a pena ir? Vale, claro que sim. E se for fã do Harry Potter, do Hulk e do Spider Man, não perca. Há uma área dedicada a crianças, cheia de criaturas da Rua Sésamo. Passei por lá em passo acelerado. Demasiadas crianças alegres e um trânsito de carrinhos que parecia São Paulo em hora de ponta.
























































































































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2.11.11

Kennedy Space Center em Cape Canaveral

Aaaaaaaai...! O que eu gostei disto!

De Palm Beach subimos até Cocoa Beach, onde passámos a noite, e no dia seguinte bem cedo, subimos para Cape Canaveral. Deixámos as malas no hotel, estratégicamente reservado perto do Kennedy Space Center, e no check in percebemos que o hotel vendia bilhetes com um pequeno desconto, o que é sempre simpático. Dois bilhetes foram pedidos e custaram 43$USA cada um (cerca de 32€/cada). Foi dinheiro muito bem gasto.

Saindo do hotel, o GPS lá nos levou ao destino, que era mais ou menos a 15 minutos de carro. Passados os portões, circula-se mais uns 15 a 20 minutos de carro pelo recinto fora, o que o GPS não indicava. Aquilo é enorme! O Kennedy Space Center tem cerca de 20 Km quadrados, nunca mais acaba! Até chegar ao centro de visitantes ainda se leva uns bons minutos, mas não desespere.

Se tiver oportunidade de visitar o Kennedy Space Center, aconselho a entrar assim que abre. Cheguei pelo meio-dia, fiquei até às 18h, hora de encerramento nesta altura do ano, e não vi tudo. Menos teria visto se por acaso fosse época alta, mas sorte a minha, estava particularmente vazio e nunca esperei mais do que o aceitável em fila nenhuma. Setembro/Outubro é sem dúvida uma boa altura para viajar pela Florida. E para este tipo de visitas o melhor é escolher a dedo um dia útil da semana.

Chegados ao Kennedy Space Center, sabemos que estamos nos EUA. Todo aquele patriotismo latente a cada olhar, a música que puxa ao sentimento de quem passou dificuldades e venceu, e na mão um mapa que faz pensar: "ó diabo! Por onde vamos começar?". Começámos por apanhar um dos autocarros que dão uma longa volta ao recinto e tem algumas paragens. Recomendo começar por aqui, pois gastam-se cerca de três horas. Não estou a brincar.

Passámos pelo edifício principal da NASA onde todos continuam a trabalhar, vimos a lagarta absolutamente gigante que pesa para cima de muitas toneladas e que leva o foguete montado com o vaivém da "garagem" ao centro de lançamento, bem segura e virada para cima, a apontar para o céu. A lagarta tem por baixo várias cabines onde no momento em que arrastam o bicho trabalham nada mais, nada menos, do que 34 engenheiros. Dá para imaginar o tamanho da coisa? Também, a viagem até ao centro de lançamento demora 8 horas, pois viaja a passo de caracol (se não estou em erro a distância é de 8Km).

Durante esta viagem de autocarro, temos a oportunidade de ver o reino animal extremamente protegido neste recinto. Há tantos bichos que não pude contar, mas aves são mais que muitas (milhares de águias e abutres) e era normal passar pelas zonas de água e ver os alligators a dizer adeus aos autocarros. Nas zonas percorridas em que não se passa nada e não há nada para ver, não se desespera. Não só os condutores vão contando histórias giras, como os passageiros têm TV no autocarro onde passam vídeos muito interessantes. Foi um dia sempre a aprender coisas novas. Ou seja, não se dá pelo tempo passar.

Parámos ainda numa torre gigante, construída para se ter uma noção do recinto, andares e andares que uma vez lá em cima dão direito a uma vista fabulosa, com explicação de todas as estruturas que conseguimos ver, mas não sabemos o que é.

Regressados ao centro de visitantes, podemos distribuir-nos por vários complexos. Um deles são os vídeos IMAX 3D e 4D. São quatro vídeos, cada um com uma temática diferente. A medo, escolhemos um vídeo com voz off do Leonardo DiCaprio, com algum receio de apanhar uma grande seca, pois o vídeo tinha 40 minutos. Qual seca! Nem dei pelo tempo passar, com os meus óculos especiais vi estrelas em grande velocidade a ir direitas à minha testa; vídeos pessoais dos astronautas no espaço cheios de alegria no trabalho e algumas histórias deles, vi uma estrela a nascer, vi muitas coisas novas. Adorei e tenho muita pena de não ter dado hipótese para ver os restantes vídeos, que também não eram curtinhos.

Passámos ainda pelo centro que conta a história do percurso da ida do homem ao espaço. Tudo começou com a antiga União Soviética a dar uma voltas para lá da camada de ozono e a levar uma cadela ao espaço. Os americanos, com pânico de estarem a ser controlados e de deixarem de ser a primeira potência mundial, lançaram-se na corrida. Já não chegava ir ao espaço, tinham de ir à lua. E numa montagem fabulosa de vídeos antigos dos anos 60, vê-se aquilo que não esperava de americanos: o falhanço. Desconhecia a quantidade de vezes que os americanos tentaram lançar foguetes sem sucesso, explosões contínuas dos equipamentos, mortes e biliões de dólares queimados. Até que o sucesso bateu à porta e com ele o registo de imagens desta época, de famílias coladas às TV a preto e branco, imagens de vários países, várias cidades, momentos na rua em frente às lojas de televisores, um mundo parado à espera de ver o Armstrong deixar a marca da sola na lua. Ficamos rendidos à beleza das imagens e somos completamente transportados no tempo.

Seguem-se ainda os registos áudio e vídeo na sala do primeiro lançamento, tudo como estava naquele dia, três ecrãs gigantes que vão contando tudo. Depois, temos a oportunidade de ver o foguetão da missão Apollo/Saturno V que faz cair o queixo. Grande é pouco, é colossal!, contou-me um amigo antes de eu ver. É de tal forma grande que não cabe nos olhos, que foi deitado e depois construída a sala onde agora permanece, junto dos emblemas de outras missões, de várias fotos, de vários objectos, pedras da lua que se podem tocar (é igual a outros calhaus), da carrinha especial que levou os primeiros astronautas ao centro de lançamento, junto dos vários fatos que passaram pelas diferentes missões, os vários capacetes, a tecnologia que dá saltos gigantes de um ano para o outro e, uma curiosidade tão interessante, junto das capas de jornais de todo o mundo, línguas que nem consegui dizer quais eram, mas que deram conta que o homem pisou a lua.

A cereja no topo do bolo foi o Simulador. O Simulador dura cerca de 10 minutos e é uma experiência daquilo que os astronautas vivem no momento do lançamento até chegarem ao espaço. Nem toda a gente pode fazer o Simulador, está vedado a cardíacos, epilépticos, grávidas, hipertensos e mais mil uma questões de saúde. Antes de entrar, tem onde ler tudo isso. Não pode levar nada consigo, nem os óculos, se os usar. As malas e outros pertences são deixadas do lado de fora nuns cacifos. Eu não percebia porque motivo se fazia tanto alarido, mas depois lá compreendi. No Simulador, tudo o que levarmos pode sair dos bolsos e ser projectado. Mais tarde percebi que o risco de alguém se magoar desta forma não é assim tão pequeno.

Até entrar no Simulador percorrem-se vários corredores (que seriam pelo menos umas 4 horas de filas, se fosse num dia com gente) e vamos vendo imagens e explicações do que vai e pode acontecer. Mil vezes dizem qualquer coisa como "se quiser desistir ainda vai a tempo. Não é nenhuma vergonha". Os vídeos têm como protagonista um astronauta e o homem tinha muita graça. Explica ele que a sensação que vamos ter é aquela que sente quem vai num verdadeiro vaivém. Compreendidos alguns factos físicos e outros aspectos sobre um lançamento, ficamos em fila e de frente para umas portas normais, como uma qualquer porta de casa numa parede. De repente abrem-se as portas. Eis o Simulador!

Não se percebe como será a estrutura do Simulador, pois de fora aquilo que se vê são portas numa parede e de dentro é apenas uma cápsula XPTO, com um feitio semelhante às capsulas de alguns medicamentos. Respeitamos a fila, sentamo-nos e puxamos para baixo aquilo que nos vai prender à cadeira, uma segurança que cobre o peito e a barriga, semelhante àquilo que se faz descer para nos prender numa montanha-russa. Além disso ainda levamos mais um cinto que vai de um lado da anca ao outro. Alguns assistentes verificam que estamos bem presos e que não há material que possa ser projectado. As portas fecham-se. À frente, um ecrã gigante de um computador faz correr uma série de caracteres. Vai começar.

A cápsula começa a virar de forma a ficar a 90º do chão. Ou seja, é como se estivéssemos deitados na cadeira. A sensação é muito estranha, mas sorte a nossa vamos ficar assim por pouco tempo, pois os austronautas ficam pelo menos quatro horas nesta posição. E antes de o fazerem passam horas de treino para aguentar este tempo em bancos e fatos que não devem ser a coisa mais confortável do mundo. Uma vez virados para o espaço, o Simulador começa a sério.

Ouve-se um barulho ensurdecedor da combustão dos vários componentes combustíveis e a cápsula é literalmente agitada. Treme, treme, treme, de forma inimaginável! Nunca estive num sítio que tremesse tanto e gostava de saber a que escala equivalia se fosse um tremor de terra. A escala de Richter vai até 9, o máximo conhecido, eu meto dinheiro em como aquilo seria um novo máximo. Não há palavras para a forma como somos sacudidos.

Deitados nas cadeiras, aquilo treme de tal forma que o ouvido interno também treme. Faz impressão, incomoda bastante. As bochechas são de tal forma sacudidas que a cara começa a doer. Então, optei por segurar as bochechas com as mãos, empurrando-as para dentro. As minhas maminhas, debaixo daquela protecção, pareciam gelatina. E são alguns minutos em que ouvimos ruídos de grande intensidade, mas variável, em que vamos sendo sempre sacudidos, a inclinação vai mundando, até que...

... silêncio...

... o barulho acaba-se totalmente, os nossos corpos descolam da cadeira e estão presos apenas pelos cintos. Flutua-se. A cápsula que leva cerca de 30 pessoas está mergulhada em absoluto silêncio. O que sentimos é a entrada no espaço, o momento de gravidade zero.

Não me perguntem com isto se faz sem tirar os pés do chão, porque o Simulador não foi a lado nenhum. Eu sei que não estava de cabeça para baixo e também sei que aquele Simulador deve ter custado uma verdadeira FORTUNA! Como diz um amigo meu, "não te preocupes que já está pago de certeza!". Eu dou a minha palavra de honra: se os meus 43$USA fossem apenas para fazer este Simulador, tinha valido a pena! Eu pagava para fazer outra vez.

Outros centros visitámos com muita coisas engraçadas. Os jardins têm também muita coisa para ver e havia ainda um outro centro, o Austronaut Hall of Fame, que não consegui visitar, para muita tristeza minha. Seis horas não deram mesmo para tudo e no fim já vimos muita coisa a correr.

De Miami a Cape Canaveral são cerca de 300Km. Reparei que em Miami existem vários locais onde se pode comprar bilhete para ir ao Kennedy Space Center, com ida e volta em autocarro ou shuttle. Não sei quanto custavam estas excursões, mas eu garanto que vale a pena gastar um dia para ver e fazer tudo o que vi e fiz.

Nota: não sabem o inferno que é colocar mais do que meia dúzia de fotos no blogger. Uma hora nisto! Mas tudo pelos meus leitores e partilha de informação para quem gosta de viajar.



Algumas capas de jornais de todo o mundo: o dia seguinte ao Armstrong por o pé na lua.


Eu avisei que era grande!

President Kennedy



Algumas personalidades estão ligadas a afirmações que fizeram. Em PT temos o "é só fazer as contas", "em Alcochete «jamé»!", esta foi a frase que ficou para sempre ligada ao Kennedy, o que eu desconhecia. Uma frase que serviu para explicar os biliões gastos em tentativas falhadas.






Centro de lançamento





Pinotes
















É compriiiiiido!













No Kennedy Space Center existe um espaço com bancadas destinadas unicamente aos familiares e amigos daqueles que vão ao espaço. A imagem da esquerda é uma imagem dessas bancadas.

















A sala do primeiro lançamento à lua com sucesso








Onde os vaivém e foguetes são preparados. As duas portas de lado sobem, são como portas de garagem. E cada uma demora cerca de quatro horas a subir.



Legos. Os gajos pensam em tudo.



Os autocarros que nos vão levando a todo o lado.



Entrada



O patriotismo está presente em todo o lado












Aqui, uns fazem visitas, o resto continua a trabalhar como se nada fosse.





Hello Kitty, gatinha no espaço



Quase trouxe a caneca, mas já não tenho espaço no armário!



Há um grande memorial dos que morreram em missão. Os que estão agrupados morreram juntos na mesma missão.



Aqui tirámos muitas fotos armados em astronautas. Valeu a pena!





Os restaurantes têm todos nomes alusivos ao espaço



Todos os países que contribuiram para o conhecimento do espaço.


A bandeira portuguesa não mora aqui.








São andaimes como este que os astronautas percorrem para entrar na cápsula onde vão ficar muitas horas de pernas para o ar.






Cápsula









Peanut butter M&M's. Andava sempre um pacote grande dentro da mala!



Não consigo explicar o bom que é!



Vaivém, este é uma réplica, quase oco por dentro









Os mais pequenos sempre podem brincar mais "a sério". Não fique triste, também havia para adultos.



Barbie mulher no espaço



Mais Lego. Dizia o Poisoned Apple Man: "se tivesse um filho comprava isto!", que no fundo queria era para ele. Coubesse na mala e eu estava mesmo a ver.
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© A Maçã de Eva

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