31.1.17

Going to the movies: Silence



Hummmm... o meu sentimento em relação ao Silence é um bocadinho contraditório. Historicamente é fantástico, a representação, o terror, a perseguição, está tudo tão bem realizado que quase conseguia sentir os cheiros. No entanto, são quase três horas de filme um bocadinho maçudo. Não me arrependi de ter visto o filme, mas tem qualquer coisa de maçador ao mesmo tempo que é muito bom.

E foi um filme que me irritou, como normalmente irritam os fundamentalismos de qualquer religião para os quais não há compreensão possível na falta de liberdade a que obrigam. Está ali uma óptima lição de "pratica o que acreditares, mas não me imponhas nada nem me maces com as tuas crenças". A igreja católica é para mim das mais arrogantes na sua imposição história de única verdade absoluta. Quanto às outras religiões não tenho conhecimento histórico que chegue, mas tudo o que rodeia a igreja católica (e não a religião em si, mas mais a interpretação que o Homem fez), sempre me deixou muito a desejar.

Trailer do Silence aqui. E a propósito destas questões da igreja católica, numa versão mais moderna, o Spotlight para quem não viu é inesquecível.

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Gravidez: toda a verdade #16


A selvagem da minha filha. É isto mesmo!

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30.1.17

Anatomia de uma grávida




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Padariagate


Há dias estoirou uma polémica por causa das declarações proferidas à TV por um dos sócios da Padaria Portuguesa. Não liguei, não fui ver (tenho mais coisas para fazer), mas o crescendo da polémica no FB e o boicote à Padaria Portuguesa era tal que ao fim de uns dias tive de me render e ir procurar onde estava o drama.

Vi o vídeo, cheguei ao fim e fiquei na mesma. Senti-me completamente ignorante, não percebi. Não apanhei o drama nacional e perguntei-me o que é que o homem disse de mal que eu não estava a ver. Inclusivamente vi o vídeo mais do que uma vez para perceber.

Devo confessar que não tenho paciência para aquilo que eu chamo de "mentalidade de empregado". Há dias estava a almoçar e encontrei um amigo que trabalha numa companhia aérea. Contou ele que tinha estado enterrado numa qualquer cidade no norte da Europa, num inverno rigoroso de -20ºC, nada que se pudesse fazer (em jeito de lazer), tudo fechado no hotel à espera que um stress qualquer se resolvesse com o avião para poder regressar a casa. Nisto, apercebeu-se que no hotel estavam os colegas todos contente a contar os minutos, pois a partir de determinada tempo de espera podiam recusar-se a voar. Ele só queria era ir para casa. Contava a história e eu é que suspirava: "não tenho paciência para mentalidade de empregado".

Não tenho mesmo, só me apetece virar as costas a este tipo de gente. Come-me por dentro ter de gastar o meu tempo com estas mentalidades.

Este meu conceito de "mentalidade de empregado" reflecte-se numa total ausência de amor à camisola, num "eu trabalho mas só porque é preciso", num "ao que me puder safar meto já os papéis", numa total falta de interesse, empenho e muitas vezes, de noção. Se a lei previa que aquelas pessoas se pudessem recusar a voar? Sim, mas não era uma obrigação. Então, para quê? Para dormir mais uma noite numa cidade fria da Europa em vez de regressar a casa? Para dar um prejuízo enorme à companhia que lhes dá de comer num somatório de contas a prestar ao aeroporto, todas as indemnizações aos passageiros que ficariam furiosos, ter de os instalar em hotéis e ter de lidar com as repercussões negativas à imagem da companhia? Mentalidade de empregado, "eu não sou de cá, isto não é meu, só faço o que é minha obrigação e mais nada".

Para ter empregados assim, lamento a honestidade, mas prefiro substituí-los. Ainda me lembro de o meu sócio estar a dar formação a uma pessoa que escolheu, em entrevista parecia ser a melhor, mas depois revelou-se uma profunda falta de noção para a qual ainda hoje não tenho palavras. Para evitar criações com falta de gosto, em dias que tivesse de falar com clientes, sugerimos vestir calças pretas. Resposta: "mas você veio dar formação de calças de ganga!". Aquele foi o momento em que morreu para mim a hipótese de continuidade, uma pessoa que responde com este argumento não serve para mim. Ainda lhe foram dados mais dias de oportunidade, mas as respostas deste género acumulavam-se num jeitinho de respondona "a última palavra fica para mim". Dispensada, não percebeu o motivo. E também não valeu a pena explicar, mas percebeu-se porque era tão nova e já levava dois anos de desemprego. A noção não se ensina a um adulto, ou se tem ou não tem. E é bom que possamos dispensar funcionários que não correspondem ao que procuramos para as nossas empresas.

Trabalha-se muito mal em Portugal, é difícil acertar. A questão de Recursos Humanos é muito complicada. Por outro lado, da parte que me toca, gosto de agradar quem merece, quem é leal e veste a camisola. Foi por isso que já sugeri retirar dos lucros e dar a quem se esforçou. Dar e reconhecer o bom trabalho é importante e os colaboradores que trabalham comigo sabem que têm bons patrões.

Continuando a polémica da Padaria Portuguesa, qual é o mal de pagar o ordenado mínimo? Ou aliás, de se pagar um pouco acima e, uma vez subindo o ordenado mínimo, ficarem igualados? Se se ganha mal em Portugal? É verdade, mas também não se produz para ganhar milhões e o mercado é a atirar para o cocó, com muito pouco poder de compra (é um círculo vicioso). Mas o que eu não percebi foi o escândalo de um empregado de balcão ganhar o ordenado mínimo. É suposto receber como um engenheiro? Conheço engenheiros a ganhar menos do que eu! Quantos licenciados há por aí a receber 700€? É o ordenado mínimo alguma vergonha para quem tem o 9º ano? Compreendo que não é o ideal de vida, que não é o que todos preferimos, mas podemos esperar que um empregado de balcão receba como um licenciado? Isso é realista?

Os patrões da Padaria Portuguesa gostariam de contratar funcionários a 60h/semana, mas a lei não permite. Têm de contratar por 40h/semana e o restante é pago como hora extra a uma fortuna que não compensa à empresa, mais vale ter outro empregado. Se existem empregados interessados em ganhar mais (e que até têm de ter mais de um trabalho), se existem empregados interessados em fazer essas horas ao valor que oferecem (igual às restantes 40h), se a empresa tem interesse, qual é o mal nesta proposta?

Vejamos, as pessoas não trabalham para aquecer nem para ter prejuízo. Se me sai mais barato ter dois empregados em vez de dar a um mais horas de trabalho, eu vou preferir ter dois empregados. Em suma, o que quer a Padaria Portuguesa é maior produtividade e dar mais horas de trabalho remuneradas a quem as procura. Isso é mau?

Eu dou emprego a pessoas. É caro ter empregados, é uma dor de cabeça quando não correspondem, fico maluca ter de explicar a um funcionário que não dá broncas mal-educadas a um fornecedor da minha marca por sua livre e espontânea vontade (mas o que isto? A marca é minha e nem eu trato as pessoas assim!) e para ter pessoas com esta mentalidade e este tipo de iniciativa descabida, muitas vezes mais vale não ter. Eu quero poder dispensar e rodar, até acertar. Recentemente fiz uma escolha que me está a moer mas a pergunta que me faço sempre é: existe alternativa mais competente? E não sei responder, é muito difícil. Não existem pessoas perfeitas, não existem empregados perfeitos, mas caramba, há coisas elementares!

Quando trabalhava por conta de outrem, a hora de almoço era para mim das coisas mais fastidiosas que havia. Por mim não comia, mas já que tinha de comer, fazia-o à frente do computador enquanto trabalhava para ir adiantando o que havia para fazer. Preferia despachar-me mais cedo. Ainda hoje faço isso, comer em frente ao portátil. Admito, é uma vontade que não é comum a todos, mas era uma opção que a lei não me permitia, tinha obrigatoriamente de fazer hora de almoço e então tive de acordar isto pessoalmente, à margem da lei. Mas não permite por que motivo se era o que eu preferia fazer? E nesse sentido, uma maior flexibilização entre o que as empresas querem e os trabalhadores procuram, era mau? Parece que o homem foi à TV pedir escravos! Não, ele pediu novas leis, mais orientadas para o que procuram patrões e empregados.

Isto de ter um negócio, quem dá o corpinho ao manifesto, quem investiu o seu dinheiro arriscando-se todos os dias a ficar sem nada, quem teve uma ideia e a colocou em prática, quem dá emprego, quem paga mais impostos do que um assalariado por conta de outrem, quem vive com preocupações, quem não tem horários de trabalho, quem envelhece mais cedo e quem se dedica a uma vida trabalhosa na esperança de vir a ter um futuro melhor, só essas pessoas percebem. É preciso estar lá, pôr as mãos na massa, passar pela experiência e pelas dores de cabeça.

Ponham os olhos nos países do norte de Europa, onde comem uma sandes à hora de almoço, onde produzem mais em menos horas (em comparação com os países do sul da Europa), onde se ganha mais, onde as condições de vida são melhores e onde muitos países aplicam a regra do 8h + 8h + 8h = 24h (8 horas para trabalhar + 8 horas para dormir + 8h para viver, perfazendo as 24h de um dia).

Ou então não, esqueçam isso. Vamos para a mentalidade portuguesa do boicote à Padaria Portuguesa: um grupo de sócios cria uma marca, a marca é um sucesso, abrem 50 lojas em poucos anos, têm mais de mil empregados, os sócios são da opinião que o mercado de trabalho devia estar mais orientado para a produtividade e para dar trabalho (remunerado) a quem o procura, pior de tudo, dizem o que pensam, e a resposta de alguns portugueses é: "nunca mais lá meto os pés", "o pão é uma merda", "espero que fechem", "a mim não me enganam mais". 

Já diz este texto: "Em Portugal, dá mais votos, mais likes, mais partilhas nas redes sociais atacar o gestor (...) queremos mais emprego, melhor emprego, mas não gostamos dos que arriscam para o criar. Há até pedidos de boicote à Padaria Portuguesa, como se percebe, o melhor caminho para mandar mais umas centenas de trabalhadores para o desemprego!".

É a chamada não-polémica. Eu vou e continuarei a ir à Padaria Portuguesa, como compro na ZARA sabendo que muita da gente que costurou a roupa que comprei vive vidas miseráveis, se calhar a trabalhar 16h/dia a 1$/dia. E vou à Padaria Portuguesa porque os bolos de laranja ou de chocolate são maravilhosos, porque o croissant brioche é o melhor de sempre e porque o pão de Deus me cai sempre bem com fiambre.

Vou porque gosto, porque têm coisas de que gosto muito, não para marcar nenhum statement para fazer ver coisa nenhuma, pois duvido que os meus amigos estejam interessados onde é que eu como bolos.

É que se for para condicionar a vida e as compras conforme o que pensa cada dono de negócios por não ir de encontro aos meus ideais, é melhor ir viver para o meio da floresta, numa cabana construída por mim (porque o gajo que faz os tijolos não me agrada) e a comer da minha horta que cavo com as minhas unhas (porque o gajo que produz os ancinhos não me cheira).


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28.1.17

Massada de salmão


O que eu gosto disto! Esta massa é muito simples de fazer e recebe sempre muitos elogios.

2 lombos de salmão sem espinhas
massa em quantidade desejada (laços, búzios, cotovelos, o que gostarem mais)
1 cebola grande
meio pacote de natas light
cebolinho
azeite

1. Cortar os lombos de salmão em cubos grandes, temperar com sal e limão.

2. Picar a cebola grosseiramente, levar a uma frigideira com um fundo de azeite e cozinhar em lume baixo até ficar dourada.

3. Começar a cozer a massa em água e sal.

4. Quando a cebola estiver dourada, acrescentar os pedaços de salmão. Quando tiverem ganho cor, acrescentar as natas light (pode ser meio pacote ou o pacote inteiro, conforme a quantidade de massa e salmão) e deixar cozinhar uns 3 minutos.

5. Desligar o lume, deitar umas gotas de limão, rectificar sal se necessário.

6. Escorrer a massa e deitar numa tigela grande. Acrescentar o preparado do salmão e por cima deitar o cebolinho picado.

Já está! Assim simples e tão saboroso!


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27.1.17

Going to the movies: Lion



Lion. Fiz uma fita porque não queria ver este filme. Só com o trailer achava que ia ficar de coração apertado e isso não são condições para uma grávida. Fui contrariada, mas consciente de que o filme deveria ser muito bom. E é de facto memorável, não desilude!

A história é verdadeira e passa-se em 1986, na Índia, um miúdo de cinco anos perde-se do irmão numa estação de comboios, passa por mil dificuldades por tempo indeterminado, sobrevive e acaba adoptado por um casal australiano. Já adulto, começa a ter memórias do passado e quer tentar encontrar a sua verdadeira família, numa necessidade desesperada de lembrar o que lhe aconteceu. E encontra mesmo.

Que história de vida tão brutal! O filme é absolutamente tocante, a representação óptima, é para mim um reforço de que nunca na vida vou meter os pés na Índia que por mais fascinante que seja, toda aquela realidade social deixa-me depressiva. No fim, fiquem para ver as imagens do verdadeiro reencontro. A não perder no cinema, não esperem para ver em casa que este filme vale o bilhete.


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Gravidez: toda a verdade #15


Ah, ciática, meu amor! Tive no segundo e terceiro mês e desapareceu misteriosamente. Dava-me na nádega direita, é uma coisa que não consigo explicar, um choque eléctrico completamente paralisante. Lembro-me que as vezes que mais me custaram foi quando estive em Milão, onde andei quilómetros e quilómetros a pé dias seguidos. Nessa altura ainda nem tinha anunciado a gravidez, nem a barriga se notava. Numa madrugada quis ir ao WC, levantei-me da cama e assim que pressionei os pés no chão para fazer o movimento de me erguer, não sei como não me atirei ao chão. Não consigo descrever bem a sensação, mas é completamente incapacitante por segundos, o corpo não obedece às ordens.

Há dias regressou, destas vez para a nádega esquerda. Estava com o PAM a entrar na garagem e fiquei sem me mexer. Ria como uma perdida, imóvel, não conseguia fazer avançar a perna esquerda. "Choque eléctrico" talvez seja a melhor descrição, um choque a correr a nádega e a perna ao pressionar com o pé no solo ou se lhe der o peso do corpo. Menos mal, só acontece de um lado do corpo, senão não me segurava de pé.

Ainda assim tenho muito poucas vezes, não me posso queixar. Dá-me para rir descontroladamente e a versão do PAM a imitar-me o andar quando isto me acontece é muito boa. Queria gravar, mas não posso publicar porque há-de haver quem pense que estamos a gozar com pessoas com problemas de saúde e deficiência, mesmo que ele só esteja a imitar o meu andar nesta fase da gravidez.

Tenho dormido como um urso, mas parece que ressono (diz ele, eu desminto), coisa que nunca fiz. Ele também faz umas imitações de porco muito boas, mas não sei se acredite.

O que é verdade sem dúvida, é que neste mês passei a babar a almofada por tudo e por nada e acordo com a cara molhada. Que nojo! Como é que isto se pára? Não sei se aprecio a minha imagem a dormir de boca aberta.


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26.1.17

Um dia mato este gajo #77



Deixei cair chocolate na cama que estava aberta, não reparei, mais tarde deitei-me e quando acordei deparei-me com este cenário nos lençóis. Aproveitando a ignorância de me'home em tudo o que está relacionado com a gravidez, decidi pregar-lhe uma partida.

Chamei-o ao quarto, fiz uma expressão muito comprometida e comecei:

- Aconteceu-me uma coisa que acontece a algumas grávidas, mas sinto-me constrangida de te dizer, estou com vergonha...
- Diz lá, o que foi?
- Fiz cocó na cama - mostrei enquanto afastei o edredão de cima da cama.

Olhou para as manchas de chocolate e imediatamente fez uma cara de quem nunca mais vai encostar o lombo àquele colchão.




Mas a cara que ele fez foi tal que estraguei tudo ao desatar a rir. Bolas, devia ter treinado, falta uma actriz em mim e ele percebeu que estava a aldrabá-lo!

- Estás a gozar comigo! Despacha-te que temos de sair. E és uma porca.

Isto podia ter sido tão bom se me tivesse controlado.

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À procura de boa cara


São muitas as vezes que me enviam mensagens perguntando que desmaquilhante uso, qual o meu anti-rugas preferido, quais os melhores vernizes, querendo saber sobre os produtos que uso em geral. Não sou uma pessoa de carregar o blogue com cosmética, sobretudo porque não me apetece entrar numa onda de que estou a fazer divulgações sem ser consumidora, sempre a troca de alguma coisa que nunca sabe bem o que é. Mas por outro lado, é evidente o interesse de algumas leitoras nesta área.

Assim, decidi passar a tentar recomendar um produto por semana (para também não enjoar), produtos que realmente utilizo e dos quais gosto.

Quem varrer o blogue vai perceber que a Clinique é uma das minhas marcas preferidas, apanhei isto da minha mãe ainda nem a marca existia em Portugal. E de todos os cremes que tenho, que são muitos, estes dois que sugiro têm uma textura absolutamente maravilhosa e são o meu SOS para noites menos dormidas e alturas de maior trabalho. Usei-os religiosamente na altura em que lancei a ROS Beachwear, que foi ao mesmo tempo uma fase para esquecer e nunca esquecer.

O Turnaround Daytime Revitalazing Moisturizer tem uma textura tal que a primeira vez que experimentei pensei: "enganei-me, isto é um gel de limpeza". Mas não me tinha enganado, é mesmo um hidratante sem óleo, mesmo leve, ajuda a controlar a oleosidade, ilumina sem brilho, ajuda a neutralizar a pele baça e aquele ar de cansadas que às vezes temos. É óptimo para misturar com base, para quem gosta.

O Turnaround Overnight Revitalazing Moisturizer já não parece ser um gel de banho, mas tem igualmente uma textura mesmo como eu gosto. O objectivo deste creme é o mesmo que o anterior, mas especialmente formulado para a noite, altura em que as células se regeneram e após a limpeza com o sistema três passos da marca. É acordar com boa cara!

Para quem não conhece, um dos métodos para o sucesso desta marca (e uma abordagem que acho mesmo curiosa), é que antes de serem lançados os produtos são testados 12 vezes em 600 pessoas. Se um desses 7.200 testes resultar numa reacção alérgica, começam tudo de novo.


Nota: este não é um post publicitário, sou consumidora da marca e recomendo estes dois cremes.




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25.1.17

I love home style #16


Ah, dava um mindinho para ter uma parede inteira de estantes!

O cão fica para a PSP, dispenso.


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23.1.17

Going to the movies: Nocturnal Animals



Venho muito atrasada nesta recomendação, o filme Nocturnal Animals (aqui) está praticamente a sair das salas de cinema, mas como é soberbo! Não é um filme para toda a gente, reconheço, mas para para mim é absolutamente genial, daqueles que nos deixa dias a pensar em todo o enredo, no que significa aquele final e a falar sobre o filme com outras pessoas que o viram.

Inicialmente nem percebi que o Tom Ford realizador era o Tom Ford, estilista. Já lhe tinha visto o Single Man (aqui, com o eterno Mr. Darcy) que também achei um grande, grande, filme. De facto, é preciso ser-se genial para fazer isto tudo.

No Nocturnal Animals os planos de fotografia prendem-nos, aquela imagem do corpo em cima de um sofá escarlate é inesquecível, aquela cena na auto-estrada tão bem representada consumiu-me de nervos e ansiedade, o final intrigante tive de o discutir com amigos e tive ainda de pesquisar o Google em busca de outras teorias ou teorias que suportassem aquilo que imagino.

Quem ainda o apanhar que veja o filme no cinema. Achei mesmo extraordinário.


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Um dia mato este gajo #76


No supermercado, decidimos comprar o primeiro pacote de fraldas. Imaginei o cenário e aproveitei para abordar o assunto:

- Imaginas-te a mudar fraldas?
- Não...
- Não percebendo nada de pipis, já pensaste como se limpa um cheio espaços escondidos?

Silêncio.

- Como assim "não percebo nada de pipis"? 




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21.1.17

I love style #18







Vamos à única coisa interessante da cerimónia de ontem, o vestido azul, Ralph Lauren Collection, em caxemira, muito bem combinado com as luvas em pele e os stilettos na mesma cor. A pergunta que se impõe é: quanto tempo vai demorar para ver uma versão deste modelito na ZARA? Deve sair em poliéster, mas uma pessoa tenta aguentar.

Calhou bem a escolha dos sapatos, pode ser que vire tendência, pois a ROS LISBON tem na calha uns stilettos baby blue e outros baby pink a sair do forno, muhahaha! Estava longe de imaginar que seria uma visionária, os protótipos devem estar mesmo a chegar. Mal posso esperar para os ver!

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20.1.17

Invejosas e sabichonas


Não conheço a Ana Rita Clara, acho que nunca a vi, sei que tem um programa de TV que nunca devo ter visto mais do que umas passagens (sem sentido depreciativo, apenas porque não vejo TV) e não a seguia nas redes sociais. Mas ontem esta apresentadora deu que falar nas revistas, li as notícias e concluí que tudo se resumia a ataques de "invejite" e "sabichite", numa mistura de QI reduzido, acesso à internet de quem não devia, resultando naquilo que chamamos de trolls da internet e que podemos ler aqui.

Por ter um estilo de vida que é lá com ela, por ter um presumível vencimento e condições de vida que é lá com ela, por partilhar alguns aspectos da vida dela enquanto mãe e sabendo-se que não temos todos vidas iguais, logo apareceram aves raras prontas a disparar (vale a pena ler, é tudo gente de QI elevado):

A "sabe-tudo do que se passa lá em casa e é indecente poder ter empregadas quando eu não posso ter": «Como pode estar a falar a sério???? É quase uma ofensa a todas as mulheres! O seu ritmo de vida não é a realidade. Quando temos amas, empregadas de casa, babysitters é muito mais simples não? Um pouco de decência». Eu achava que a falta de decência nada tinha a ver com a possibilidade de poder ter empregadas ou babyssiters...

A "se não dás de mamar também não podes recomendar a amamentação" ou "eu sei que as tuas mamas já não têm leite": «Sim é tudo muito simples com ela. Até amamentar! No início fez um post sobre amamentação (fotos a ilustrar) mas não me parece que o faça ou que o tenha feito. Nada contra que não o faça, agora não publicite algo que é mentira. Mais é menos, minha querida!». Pena que esta senhora não aplique a última frase à trampa que escreve. O raciocínio para os outros é "mais é menos", para ela "mais é sempre mais".

A "eu sei que as tuas mamas não têm leite" parte II: «Também não tenho nada contra quem não o faz, mas tenho contra quem finge que o faz. Era escusado, mas é verdade que fica sempre bem a postura politicamente correcta. Foi pena o passo em falso do copo de vinho no jantar a dois, mas rapidamente se edita uma legenda e se escreve que foi apenas só para o brinde. Simples". Simples foi o mojito que eu bebi aos 3 meses de gravidez ou o vinho que bebi em alguns jantares, um copo de vez em quando, talvez três em toda a gravidez. E felizmente longe destas mulheres fundamentalistas, não fossem partir-me o copo nos dentes.

A "eu sei que as tuas mamas não têm leite" parte III (muito se opina sobre a mama alheia, impressionante!): «Nada tenho contra quem não amamenta mas senti-me enganada quando li aqueles posts sobre amamentação, com as normas da OMS e a importância da livre demanda e de repente a amamentação deixou de ser fixe. Só tem a ganhar se fizer um post sobre as dificuldades da amamentação e sobre a atitude positiva com que superou essa fase. Seja verdadeira. Ser mãe não é fácil, seja com organização ou não». Enganada sinto-me eu com quem me deve dinheiro há quase um ano e não me paga! Mas há quem se sinta enganada quando uma desconhecida deixa de dar de mamar (?) tendo inicialmente promovido a amamentação. Há que dar importância ao que tem importância.

A "se a tua vida não é como a minha não é vida a sério, é uma fantochada": «insiste em publicitar uma imagem idílica da maternidade e completamente desfasada da realidade da maioria das portuguesas». A imagem que a Ana Rita Clara passa é idílica, não é a leitura que a comentadora faz que pode estar errada. Os trolls da internet são sempre assim, nunca se colocam em causa, nunca erram, têm sempre razão.

A "eu sei como é que devias ser, eu é que percebo disto e tomara que a vida te corra mal" (contorcendo-se da mais profunda inveja): «Acho que deve pensar em criar outra imagem. Esta começa a cair no ridículo (no futuro vai deixar de vender) a maior parte das portuguesas ganha o ordenado mínimo e não tem hipótese de ter um lifestyle como seu. Não vivemos no Mundo dos desenhos animados". Quem tem uma melhor qualidade de vida não passa de um desenho animado. Quem tem uma melhor qualidade de vida é injusto. Quem trabalhou por uma melhor qualidade de vida não devia ter tido sorte. Quem tem uma vida melhor não é merecido.

A "ninguém sofre como eu e ter ajuda não é ser mãe de verdade": «Tretas... Podes vir aplicar essa teoria na minha casa a ver se és capaz, mas sem deixar os filhos em qualquer lado para ir de férias! Isso é batota. Tenho 3 o mais novo tem 6 meses. Teorias parvas. Nem tens ideia da realidade de um dia a dia de uma mulher activa com filhos. Trata-te». Educada, claro, essa é a primeira impressão. A segunda impressão é a de uma pessoa que escolhe bem o que quer: sabe como é, o que custa e continua a somar filhos. Ela é que sabe do verdadeiro sofrimento, o resto são amadoras que precisam de se tratar.

A "ninguém sofre como eu e ter ajuda não é ser mãe de verdade" parte II ou "eu sei quanto ganhas": «no mínimo não goze com as outras mulheres... Sim, é tudo tão fantástico e lindo com a sua conta bancária». Intrigam-me estas pessoas que sabem coisas que eu não tenho como saber! E claro, na eventualidade de ter um bom vencimento, é um insulto. Ganhar bem é sempre um insulto para os invejosos.

A "não estás a mimar o teu filho como deve ser, eu é que sei como se faz" e "provavelmente desleixei-me": «Que desilusão têm sido estes posts desde que foi mãe! Ser mãe feliz não é ter necessidade de ir para o ginásio deixando um bebé de duas semanas só com o objectivo de tirar a foto que mostra ao mundo o corpo perfeito de uma mãe de um bebé com duas semanas! A sua vida é um conto de fadas no Instagram, parabéns! Mas há vínculos e momentos que nunca mais terá, porque andava na busca da foto feliz! Não tenho inveja nenhuma porque melhor que parecer feliz é viver momentos felizes sem a preocupação constante de o ter de demonstrar aos outros!». Outro registo típico dos trolls é seguir uma página que os desilude/não presta. Nem conseguem tirar os olhinhos de cima. E claro, padecem da sabichice máxima de saber sobre a felicidade alheia. Se não têm como ir ao ginásio não aceitam que possa ser um escape saudável ao mundo dos bebés (para quem pode), não aceitam que seja algo que a faça sentir bem, até por ser algo que fez a vida inteira. Não, não e não! Tem de ser por ser vaidosa, tem de ser sinónimo de rejeitar a criança, tudo por um rabo melhor.


Vivo muito mal com a estupidez/maldade humana. Há uma máxima de vida muito interessante que uso para mim: "se não queres uma vida complicada, não compliques". E ainda outra: "concentra-te nas soluções e não nos problemas". E isto serve para quem tem filhos. Se é para me lamentar, para quê ter filhos? Se é para sofrer com menos tempo, menos dinheiro e piorar a qualidade de vida, para quê ter mais filhos?

Ontem com as obras em casa o homem suspirava a olhar para o chão patinhado. Aquilo estava a irritar-me e perguntei: "queres ter tudo e não te chatear com nada? Não existe!". E o mesmo acontece para quem quer ter filhos. Vão trazer despesas, chatices, privações, coisas boas e más. Mas se para determinadas pessoas é para ser um sofrimento contínuo, para serem comidas pela inveja e pelos queixumes ao olhar a vida dos outros, para quê ter filhos e, pior, para quê somá-los? Há páginas de mães com vários filhos que deixei de seguir porque são um rosário de queixumes em vez de vidas com coisas boas e más, mas com espírito positivo. Para nenhuma pessoa a vida corre sempre bem, toda a gente tem dias bons e maus, com e sem filhos. Mas depois tudo depende de como queremos encarar os dias.

Há cinco anos tinha pior qualidade de vida do que tenho hoje. Pior não significa má, mas hoje sinto que é melhor. Se queria filhos na altura? Para quê, para me piorar a vida? Tudo o que fiz até hoje (sair mais tarde de casa da minha mãe, abandonar a carreira, investir as poupanças na criação de marcas) não sei se teria feito isto tudo se tivesse filhos. Provavelmente não. É que da forma que o fiz, se corresse mal estava por minha conta, com filhos a responsabilidade é outra, então escolhi não ter.

Quando escolhi engravidar, fi-lo com consciência e até com uma condição da qual não abdicava: não engravidaria se não fosse para ter uma empregada o dia inteiro, o que os nossos vencimentos permitem. Se os vencimentos não permitissem teria filhos? Se calhar não, não sei dizer. A minha mãe até diz num jeito de a brincar digo a verdade: "coitadinha da Carminho". Eu não sou pessoa para ser mãe a tempo inteiro, para ser dona de casa, para viver em função da família. Eu quero o meu tempo para fazer o que me dá na real gana, seja trabalhar, ir passear, viajar, ao ginásio, o que me apetecer. E sem vergonha nenhuma, só tenho uma vida, tratarei de a aproveitar e fazer por mim. É óbvio que não será tudo como antes, mas também não cultivo para que seja radicalmente diferente e mal me permita respirar. Os primeiros tempos serão de adaptação, o resto vai-se arrumando.

Não percebo este tipo de mulheres que dão tiros nos pés. Não têm o que querem, não têm as condições de vida que querem e dizem-se "insultadas" por vidas melhores (é extraordinário). O que aconteceu à capacidade de decisão racional? O que aconteceu ao "eu sei que não está tudo como eu quero, mas mesmo assim quis ter filhos"? Isso sim é razoável, fazer opções em consciência em vez de reclamar com os outros a vida que escolheram ter.

Não percebo as mulheres que acusam outra de ser uma mentira por ter deixado de dar de mamar depois de promover a amamentação (nem sei se isto é verdade). Não podemos recomendar uma coisa boa mesmo que não a façamos? Do tipo lavar os dentes mesmo que não os lave? Na verdade, em termos de mamas a minha ideia não podia ser mais prática: sei que é bom, posso tentar, se não gostar ponho à beira do prato. É que nem existirão hesitações, será o que eu preferir e não o que é melhor para o bebé. Eu não mamei e estou óptima: tão saudável que não escrevo este tipo de ataques em páginas alheias.

O que dirão as mulheres sírias em plena guerra que viram os filhos morrer afogados no Mediterrâneo? E as que viram os filhos perder peso dia após dia sem encontrar o que lhes dar de comer? O que diriam das vidas "sofridas" destas mulheres que comentam o Instagram da Ana Rita Clara, heim? Ou as que têm 10 filhos em África em cabanas de palha, sem o mínimo de condições de higiene, com altos índices de mortalidade e que andam 20Km a pé todos os dias para dar água potável aos filhos enquanto as comentadoras da Ana Rita Clara abrem a torneira? E o que dirão as mulheres que até vivem num mundo ocidentalizado mas tiveram o azar de ser picadas por mosquitos com zika? E esses milhares de brasileiras que têm pela frente uma vida com filhos com microcefalia e foram abandonadas pelos maridos? 

É preciso ter-se mau fundo. Em todo o mundo há quem esteja melhor e muito pior, mas não aguentam uma portuguesa à qual se estima uma melhor qualidade de vida do que a delas. Posso compreender a frustração, o cansaço, os imprevistos e até o arrependimento de ter filhos. Mas não compreendo o fazer os outros sacos de pancada das frustrações pessoais numa rede social. Não consigo compreender esta burrice.


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19.1.17

Gravidez: toda a verdade #14



1º trimestre
"Oh, minha riqueza, coisa mais querida!"



2º trimestre
"Oh, sinto pequenos toques, é ela! Coisa mais querida!"



3º trimestre
Simone Biles em barras paralelas (a minha grelha costal) em preparação para o ouro olímpico.
"Podes parar? Já chega!"



Últimos dias
Ou pelo menos como eu imagino os últimos dias: "Alien".


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17.1.17

Gravidez: aumento de peso e nutrição, parte II


Gravidez: aumento de peso e nutrição, parte I, aqui


Talvez importe dizer que nunca gostei da ideia de "corpo de grávida". Nunca achei bonito além de alguma graça naqueles primeiros meses em que a barriga é tímida. Não é que passasse por todas as grávidas e pensasse "que horror!", mas a ideia no meu corpo nunca me atraiu. No entanto existem mulheres que se sentem lindas e maravilhosas, o meu ponto de vista não é regra.

Muita gente deve ter reparado que as fotos de grávida têm sido raras. Publicar esta imagem abaixo foi um exercício de mentalização para me obrigar a aceitar de maneira diferente. Ao longo da gravidez tirei várias fotos para as apagar logo de seguida. Tenho muito poucas fotos de grávida. No Natal tiraram-me fotos que nem quis ver, porque sabia que ia pedir imediatamente para serem apagadas por me sentir feia em quase todas.

Mas com o decorrer da gravidez algumas coisas mudam e, se eu mudei, toda a gente consegue mudar! Nunca gostei de umbigos saídos, achava-os horrorosos e olhem para o meu, completamente espetado. Aceitei, relativizei e já me estou nas tintas, não penso nisso. Voltará ao lugar a seu tempo e aceitei tão bem que se fosse verão tenho a certeza que não deixaria de vestir um bikini.

Nunca gostei de barrigas gigantes, a minha não é gigante mas também não está pequena. Neste momento chateiam-me mais as mamas que sempre as quis ter mais pequenas, mas estou completamente mentalizada a perder o amor a uns milhares e a fazer uma redução daqui a uns tempos. Na minha família têm feito e têm ficado muito bem, sinto-me invejosa de maminhas mais pequenas, assim uma copa C no máximo, mas o tema maminhas fica para outro post.

Estou com cerca de oito meses de gestação e aumentei 8 Kg. Não é mau, não estou a dramatizar, suspeito que destes oito, dois ou três serão meus (mais os 3 ou 4 Kg que preferia não ter quando engravidei). Imagino que vá acabar a gravidez a rondar um aumento de 10Kg, não é catastrófico, mas o último mês é capaz de ser mais difícil porque segundo me dizem só serve para aumentar de peso. Ou seja, se calhar não saio do hospital como a minha mãe já com a mesma roupa de sempre ou até com menos peso do que tinha antes de engravidar, mas também não posso dizer que terei uma batalha desanimadora pela frente para me sentir bem comigo mesma, pelo que tem valido a pena o esforço pelo equilíbrio conseguido com as recomendações (e ideias, as vezes não há ideias!) da nutricionista Mariana Abecasis e os factores genéticos.

Verdade seja dita, após os meu aniversário já tinha um aumento de 9Kg. Dezembro foi um mês cheio de festas, foi o Natal, o fim de ano, o meu aniversário, eu parecia um poço sem fundo. Mas nos primeiros dias do ano procurei fazer um esforço saudável (sem passar fome) e consegui perder 1Kg com alguma facilidade.

Também há um factor que me pode distinguir de muitas grávidas que me falaram em fomes doidas. Será fome ou gula? É que se for gula tenho sempre, grávida ou não. Enquanto grávida nunca tive fomes de roncar o estômago de forma constante, dia após dia, mas aconteceu-me algumas vezes sentir fome e até fraqueza quando eu achava que a última refeição não tinha sido assim há tanto tempo. Se me apetecia tostas de pão alentejano com queijo da ilha acompanhadas de bolas de berlim? Apetecia. Mas muitas vezes bebia um iogurte magro ou comia uma sopa de legumes. Eu cheguei a comer sopa às 10H da manhã e soube-me bem na mesma. O que, claro, não significa que não tenha comido doces. Perdi a conta aos gelados, comi bolas de berlim, vou mil vezes ao sushi, o Natal foi sempre a encher (cheguei a ficar maldisposta) e tenho vindo a fazer compensações. Se fosse completamente disciplinada se calhar tinha um aumento de 5Kg em vez de 8Kg à data, mas eu também não estou para viver de castigo e gosto de comida.

Além de muitos legumes e de alternar refeições abusadas com outras mais saudáveis e menos calóricas, procuro cuidar do corpo de outras formas: uso muitos cremes, besunto-me de anti-estrias de manhã e ao deitar (o que é uma seca, mas traz os seus benefícios), bebo imensa água (que é bom para o corpo e para a pele), esfolio a pele, faço limpezas de rosto, uso cosmética anti-manchas para evitar o pano (texto aqui), faço massagens para evitar a retenção de líquidos (em 2012 divulguei o trabalho da Patrícia aqui e foi um sucesso) e procuro tratar do corpo com mais afinco.


Tabela daqui.

No início da gravidez encontrei esta tabela e até dei um salto: "400 grs. por semana???". Contas feitas isto indicava um aumento mínimo que rondava os 13/14Kg, mas depois vi que isto se aplica a uma realidade americana e não uma realidade europeia. Por cá a recomendação anda por volta dos 9/12Kg.

Outra coisa que comecei a fazer quando a barriga se começou a tornar evidente, foi a criar um registo semanal. A cada Terça, dia em que somo mais uma semana de gravidez, peso-me despida e em jejum e tiro medidas. Meço o perímetro em volta das mamas, da cintura, as ancas, as coxas, uma coxa e assim consigo perceber se é a barriga e o bebé que estão a aumentar ou se sou eu. Durante semanas e semanas o peito aumentou, a cintura foi a que mais "sofreu", mas depois não aumentava na anca e coxas, o que me dizia se estava ou não a criar gordura. Quem me deu a ideia foi uma leitora e isto ajudou-me muito a querer fazer mais por mim, a observar a evolução do registo e a saber quando tinha de me dedicar mais aos legumes e à proteína e menos ao pão, bolos e chocolates. Insisto: o segredo está no equilíbrio, não na privação.

Em suma, e para melhor me explicar, não sou fundamentalista, não aspiro a ter um corpo que nunca tive, a ter aspecto de 20 anos quando estou quase nos 40, a ser uma capa de revista ou a ter um ideal de magreza que o corpo nunca me vai dar. Mas não gostaria de nos 9 meses de uma gravidez ficar outra pessoa totalmente diferente, sentir-me irreconhecível ao espelho, sentir que não há como voltar atrás, derrotada e infeliz. Para mim a ideia sempre foi cuidar-me e não passar do oito para o oitenta que depois pudesse vir a lamentar.

Há dias, uma leitora comentou no FB, na parte I deste texto para dizer que "não é tão linear quanto querer ou não querer", verdade, mas um esforço maior para quem (como eu) procura traçar limites, pode ser compensatório. Eu pelo menos, agora na recta final, sinto que tem valido a pena.

Anti-estrias, Velastisa da ISDIN
Anti-manchas, linha CAUDALIE e linha BIODERMA
Nutricionista Mariana Abecasis e contactos aqui  
Patrícia, massagista para grávidas e não grávidas, 927 352 820



8 meses, mais dias menos dias, com um aumento de 8Kg.

Estou de bikini, não dramatizem. A ideia desta publicação é dividir a experiência e, quem sabe, chegar a outras mulheres que se sentem ou vão sentir como eu. 

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12.1.17

Gravidez: aumento de peso e nutrição - parte I


Eis-nos chegadas àquela questão sensível da gravidez que incomoda muitas mulheres, eu incluída: o aumento de peso.

Notem que eu escrevi "aumento de peso" (volume de sangue, líquido amniótico, bebé, placenta, aumento do útero, etc.) o que é diferente de "engordar" (ganhar massa adiposa). Por isso, de cada vez que oiço a célebre pergunta "quanto é que engordaste?" apanho um space shuttle, dou piruetas no ar e corrijo. Habituem-se a dizer ou a perguntar quanto é o "aumento de peso" e não quanto se engordou, uma coisa e outra são completamente diferentes, sendo que o aumento de peso fruto de uma gravidez desaparece dias após o parto e a gordura depende da quantidade, pode levar mais do que uns dias. E há casos que leva anos ou nunca se recupera.

Ao contrário do que uma vez fui acusada no FB do blogue, não tenho problemas com o corpo. Aconselharam-me a fazer a terapia, mas se eu fizesse tinha de ser para me conter de cada vez que vejo sushi, uma mesa de queijos ou de doces. Não tenho problemas com o corpo, pelo contrário. O meu problema é gostar muito de comer e se não quero ficar enorme, tenho de pelo menos saber compensar os estragos. Já diz o PAM desde sempre: "comes como um homem, mais do que eu". E não posso desmentir.

Felizmente a genética ajuda, não sou gorda nem magra, tenho um IMC normal, visto um 38 para 1,69m de altura, gostava de ser mais magrinha como já fui em tempos, mas lá está, eu sou bom garfo e depois dos 30 o meu metabolismo traiu-me, deixando de ser aquela pessoa que come o que quer sem engordar para passar a ser uma pessoa que até posso comer o que me apetecer, mas se não souber compensar a coisa corre mal.

Comecei a gravidez com 63Kg (sendo que o que sinto ser o meu ideal, quando me sinto mesmo boazuda, é com 59/60Kg). No primeiro trimestre emagreci com os enjoos e fui até aos 62Kg e só comecei a aumentar de peso, timidamente, pelos 4 meses, altura em que a barriga também se começou a tomar mais evidente (até então andava na praia com a minha família que não sabia da gravidez e não se apercebiam).

Desde cedo, a ideia do aumento de peso para uma futura gravidez foi uma preocupação. Não me venham com histórias, ninguém, homem ou mulher, gosta de ser gordo ou ter excesso de peso. Não tem a ver com ter um corpo fenomenal, ser atraente a olhos alheios ou ser capa de revista, tem a ver com mobilidade, com sentir-se bem na roupa, com poder vestir a roupa habitual, com gostar de se ver ao espelho. Ou pelo menos, tem a ver com reconhecer o corpo/peso que nos habitou a vida e não passar de repente a ser a mesma pessoa num corpo completamente diferente que não reconhecemos.

A minha preocupação com a gravidez e aumento de peso era: as mulheres engordam 20Kg porque não há como controlar e é inevitável ou porque fazem escolhas erradas?

Fiz questões relacionadas com o tema com a minha obstetra (Catarina Gama Pinto) e a minha nutricionista (Mariana Abecasis, aqui), ouvi, aprendi, optei por não me privar do que me apetecia comer mas a aprender a fazer compensações e ao longo de toda a gravidez fui aumentando de peso de forma gradual, sempre um bocadinho abaixo daquela linha curva que aparece no boletim de gravidez.

Reconheço, a genética também ajuda, mas não é só. Ginásio fiz menos do que gostaria (o trabalho consumiu-me) e cheguei a um ponto em que desisti, ao contrário dos meus desejos, por ter a herdeira muito subida o que me reduz a caixa de ar e me deixa para morrer. Mas sem dúvida que as histórias de aumentos de 20Kg e 30Kg me deixavam apreensiva.

Quero desde já explicar que nada tenho contra aumentos de 20Kg e 30Kg, cada mulher sabe de si, eu não me debruço sobre essas histórias, não penso nelas, este meu post tem a ver com uma realidade que eu não quis para mim e procurei evitar. Tive medo de ficar enorme, eu não me sentiria bem ou feliz nessa realidade. Mas quem se sente ou quem não importa, quem sou eu para condenar? O meu texto não trata sobre "as mulheres não se deviam deixar engordar, porcas", não me deturpem as palavras. Este é um post pessoal, aproveitando que algumas mulheres grávidas me escreveram a perguntar se tinha algum "segredo".

Não é um um segredo, é mais ser racional, fazer compensações alimentares, ser seguida pela Mariana Abecasis que dá imensas ideias e ensina a fazê-lo, cuja especialidade é mesmo a nutrição durante a gravidez e pós-parto e eu não poderia recomendar mais. Aliás, é largamente reconhecida por ter acompanhado as gravidezes da Carolina Patrocínio e da Ana Rita Clara. E não, não custa uma fortuna milionária ter este acompanhamento.

De resto, não pensem que tenho andado estes meses a alface. Como gelados, alguma coisa doce por dia, como pão quase todos os dias, eu não ando de castigo! Deusmalivre, não tenho paciência para fome, não dá para mim. Além disso, passar fome é péssimo sinal e a forma mais difícil para perder gordura com sucesso, esqueçam isso.

(continua)


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Quero criar um negócio




E se a frase "quero criar um negócio" fosse completada com um "mas não tenho dinheiro"?

Está aqui a vossa oportunidade!

O concurso Montepio Acredita Portugal tem como objectivo premiar os melhores projectos e ajudar os portugueses a desenvolver ideias empreendedoras. Não interessa se têm ou não formação em gestão, se sabem ou não fazer um business plan, não interessa a idade, o objectivo do concurso é mesmo participar e contribuir para mudar o vosso destino, fazer com que sirvam de exemplo para outros fazerem o mesmo e juntos contribuirmos para desenvolver o país.

Por isso, se têm uma ideia de negócio mas não sabem como colocá-lo em prática ou se já arrancaram com a ideia mas gostavam de ter o feedback e apoio de especialistas para ir mais longe, participem!


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11.1.17

Clinique x Crayola




Que ideia tão gira! Quem não se lembra dos mais famosos lápis de cera Crayola? Gostava tanto dos meus, de ter as ceras todas alinhadas num degradé de cores.

Sou uma fã assumida da Clinique, é a marca que mais ocupa espaço na bancada da minha casa de banho, desde cremes a maquilhagem. Os Chubby Stick são os meus batons preferidos por se sentirem como um batom de cieiro, hidratante, mas dando muito mais que isso. Tenho vários, de lábios e de olhos, foram uma grande invenção e duram e duram e duram, nunca acabei nenhum dos que tenho.

A Clinique e a Crayola juntaram-se pela primeira vez e criaram uma caixa de sete cores exclusivas de Chubby Stick Lip Colour Balm, com uma embalagem inspirada nos inesquecíveis lápis de cera. A edição é limitada e o preço ronda os 22€.

Ainda não vi esta caixa à venda, mas tenho de ver se a agarro! Deu-me logo vontade de fazer uma coisa semelhante com sabrinas, as minhas CLOUDS Ballerinas num degradé de cores. É só um sonho que eu sou peixe miúdo, mas gosto de sonhar alto.

Nota: este não é um post publicitário, sou consumidora destes batons que recomendo.

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Gravidez: toda a verdade #13


Há um Marcelo em mim, dormi cerca de 4h.

Deitei-me cedo (para o habitual), apaguei a luz pelas 23h e até pensei: "vamos lá ver se isto não me tira o sono...". Estava a adivinhar, às 3h da matina fui ao WC e não dormi mais. Voltas e voltas, a herdeira num trampolim qualquer que encontrou na minha barriga, voltas e voltas pelas redes sociais no iPhone (uma pessoa tem de se entreter!), ele a ressonar até que a fome chega.

Fui buscar um iogurte, ele acordou para protestar que estava a fazer muito barulho com a colher, com maus modos "assim não consigo dormir!". E eu, se não soubesse que seria encontrada numa vala cheia de insectos e em decomposição, até lhe espetava um alfinete no lombo. Homens de Portugal, atentem a este sábio ensinamento: não se reclama com grávidas, aguentam em silêncio. Ponto.

Pelas 6h da matina o iogurte já não ocupava espaço, ponderava aproveitar e ir trabalhar e desisti da cama. Uma pessoa tem de saber atirar a toalha ao chão e abandonar o leito. Tomei um pequeno-almoço como deve ser e aqui vos escrevo, quando ainda é escuro lá fora e mal passam carros na rua.

A Natureza está mal feita, faz-nos destas coisas para preparar o corpo à privação de sono que há-de vir, mas isto é tudo trabalho de mau profissional. Se fosse eu a mandar as mães não tinham de estar acordadas e os bebés dormiam 16h tipo gatos. Isso sim, era um serviço como deve ser!

Mas gostei de ver o espírito solidário de outras grávidas no FB, todas acordadas comigo, outras não grávidas a dar de mamar, com algumas mensagens do tipo "o que havemos de fazer?" enquanto os homens roncam. Curioso isto da gravidez, não tenham dúvidas.



No meio da insónia estive a ver fotos antigas. Olha eu quando tinha 5 meses de barriga!
Esta altura era tão mais gira que o 3º trimestre.

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9.1.17

Tesourinho deprimente




Ontem recebemos esta foto e não conseguimos parar de rir. Já na altura, em 1990 (?), ele só tinha olhos para mim. Mas eu não era dessas, não levava nada!

- Não percebo. Há várias fotos em criança em que parece que estou triste. Não conseguia sorrir?
- Então, mas tu só viste a felicidade depois de começarmos a namorar...

Ele cresceu e tornou-se a última bolacha do pacote. A última coca-cola do deserto. Vou deixar estar assim para não desiludir o homem que está por dias de chegar aos 40.








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2.1.17

Um dia mato este gajo #75


Acham vocês que tenho um exemplar de homem a dividir a cama comigo. Escreve-se até noutros blogues que ele é um coitado nas minhas mãos, o pobre, sempre em sofrimento casado com uma bruxa. Mas vocês sabem lá a verdade!

O PAM é um homem com a mania que não gosta de queijo. Come queijo com pouco sabor numa tosta, nas pizzas, um camembert no forno na loucura, mas é só. Em compensação, eu dou o corpinho por queijos, adoro, devoro, não há limite para aquilo que consigo comer. Provo todos sem medo e, sim, também adoro roquefort.

Uma das coisas que gosto de fazer quando como queijo é ir falar com ele. Só falar e tentar dar-lhe um beijo na boca. Diverte-me, o que querem? E num destes dias de festa em Dezembro, em casa da minha irmã estendiam-se na mesa queijos bem fedorentos. Ah, sigurem-me! Fui-me logo a eles.

Lembro que era uma festa e os queijos estavam na sala. Ora, festa inclui pessoas, a sala não é do tamanho de nenhum salão de baile vienense, é uma sala moderada, o que mesmo com muita gente dá para ouvir tudo o que se fala.

De queijo acabado de passar nas minhas papilas, fui ter com o PAM. Falei para ele, assim bem pertinho como quem vai dar miminhos, ele atira a cabeça para trás como quem leva uma bala no peito e grita no meio da festa:

- OLHA-ME O CHEIRO QUE TENS DA BOCA!!!

A vergonha da minha vida.

Feliz 2017 para vocês. Eu ganhei a fama daquela que cheira mal da boca, não há condições para entrar como deve ser neste ano.


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© A Maçã de Eva

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